Durante passeio tranquilo de barco, grupo de amigos salva águia-pesqueira à deriva em lago nos EUA
Por Larissa Soares em Proteção Animal
Um passeio de barco entre amigos em Clarksville, Virgínia, nos EUA, estava seguindo como um dia qualquer de verão.
Mas tudo mudou quando Jessica Salmons e seus companheiros avistaram algo no meio do lago.
Flutuando sozinha, distante da margem, uma ave de grande porte tentava nadar em direção à terra firme.
Ao se aproximarem, perceberam que se tratava de uma águia-pesqueira, uma espécie conhecida por sua habilidade de mergulhar para caçar peixes. No entanto, aquela ave, claramente, não estava em busca de comida.
“Nós o vimos no meio do lago tentando nadar até a margem”, escreveu Jessica em uma publicação no TikTok. “Ligamos para a autoridade local responsável pela vida selvagem para ver o que poderíamos fazer para ajudar.”
Diante da urgência da situação, Gavin, um dos amigos no barco, não hesitou. Ele pulou na água e nadou até a ave para resgatá-la.
No entanto, a operação não foi das mais simples. A águia resistiu no início, o que é compreensível considerando o instinto natural de defesa. Mas, aos poucos, ela percebeu que estava sendo ajudada.
Um resgate tenso, mas com final feliz
Embora sejam aves adaptadas a mergulhar para pegar suas presas, as águias-pesqueiras (Pandion haliaetus) não costumam permanecer tanto tempo na água.
Essa, em particular, provavelmente ficou encharcada demais para conseguir alçar voo e por pouco não se afogou.
Felizmente, graças à coragem do grupo, tudo terminou bem.
Após alguns minutos de tensão, Gavin conseguiu conduzir a águia até um tronco próximo à margem, onde um outro voluntário já aguardava para dar suporte.
Segundo o grupo, a ave estava completamente exausta e assim que encostou no tronco, simplesmente se deitou para descansar e recuperar o fôlego.
A gravação do resgate foi publicada por Jessica e rapidamente ganhou atenção nas redes.
Nos comentários, os internautas fizeram muitos agradecimentos e elogios ao grupo pela ação rápida.
Majestosa e eficiente: conheça a águia-pesqueira
Segundo o portal All About Birds, as águias-pesqueiras vivem praticamente à base de peixes vivos e são facilmente reconhecidas pelo voo elegante sobre margens de rios e lagos, sempre em busca de uma nova refeição.
Além de caçadoras habilidosas, com uma taxa de sucesso que pode chegar a 70% em seus mergulhos, elas são engenheiras talentosas.
Essas aves constroem ninhos enormes com gravetos, muitas vezes em postes telefônicos ou plataformas artificiais especialmente colocadas por conservacionistas.
Outro traço impressionante é a estrutura física adaptada à pesca. As patas possuem almofadas ásperas que ajudam a segurar os peixes escorregadios, e o dedo externo reversível permite um agarre mais firme.
Essas aves também são viajantes. Algumas podem voar mais de 250 mil quilômetros ao longo de sua vida migratória. Uma águia-pesqueira registrada voou 4.330 km em apenas 13 dias, da costa leste dos EUA até a Guiana Francesa.
Outro caso emocionante
Essa não foi a primeira vez que uma águia majestosa contou com a ajuda de humanos para sobreviver na água.
No final do ano passado, um grupo de praticantes de rafting na Nova Escócia, Canadá, também precisou agir rapidamente ao avistar uma águia americana em perigo.
O animal havia sido surpreendido por uma onda e lutava para sair da correnteza.
O guia Emmett Blois percebeu o desespero da ave e organizou uma manobra de resgate.
Apesar de tentar se defender com bicadas, a águia demonstrou calma e confiança depois de ser retirada da água.
Ela foi levada à organização Hope for Wildlife, onde passou por exames, recebeu tratamento e, após algumas semanas, foi devolvida à natureza.
A natureza é forte, mas às vezes precisa de ajuda
Mesmo animais fortes e autossuficientes, como águias, podem precisar de ajuda. Mudanças climáticas, poluição e distúrbios no habitat natural podem tornar situações corriqueiras na vida de um animal silvestre em algo perigoso.
Por isso, ajudar animais silvestres em situações emergenciais não só é possível, como também é necessário.
O recomendado é sempre entrar em contato com a autoridade local de proteção à fauna antes de intervir, mas em casos extremos, como este, o bom senso e a coragem fazem toda a diferença.
Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.